segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Os robôs chegaram aos centros cirúrgicos

 
A medicina se une cada vez mais aos processos científicos de ponta – robôs estão presentes nos centros cirúrgicos, surgem sofisticados programas de diagnósticos por imagem, cirurgias e pacientes já são monitorados a distância. E, quanto mais tecnologia um médico bem treinado tem à disposição, aumentam as possibilidades de diagnósticos mais precisos e cirurgias menos invasivas, com recuperação mais rápida e menos complicações pós-operatórias.
  

 A união da medicina com a robótica contribui para a qualidade de vida e bem estar dos pacientes. ”A medicina no Brasil tem mudado a sua face. Hoje, com o avanço tecnológico é possível realizar um diagnóstico preciso e mais precoce, com evidente benefício para os pacientes. Além disso, essas tecnologias dão mais segurança e o apoio necessário para a tomada de decisões importantes do médico, no tocante à conduta e ao tratamento, seja nos casos de urgência ou de doenças crônicas”, argumenta Dr. Vladimir Schraibman.

Na entrevista abaixo, Dr. Vladimir avalia como está a cirurgia robótica no país e as perspectivas.

                               
 
1. No Brasil, a cirurgia robótica vem sendo aplicada desde 2008. Nestes dois anos, quais as evoluções que aconteceram nesta área?
Sem dúvida, a cirurgia robótica vem evoluindo para incisões ainda menores, como cirurgia por um único orifício, como corte de 2,5cm, e instrumentos mais precisos aliados à imagem Full HD em 3 dimensões.


2.
A cirurgia robótica é uma tendência em cirurgias minimamente invasivas?
Esta é uma grande tendência, porque a robótica representa, atualmente, a excelência das cirurgias minimamente invasivas avançadas dos grandes centros médicos por todo o mundo e o Brasil está trilhando o mesmo caminho e irá se destacar neste cenário.

3.
Quando a cirurgia robótica começou a ser aplicada no país, para quais tipos de cirurgia ela era empregada? Hoje ela é indicada para quais outros tratamentos?
Ela atua na área de cirurgia geral e do aparelho digestivo, cirurgia urológica, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia ginecológica, cirurgia cardíaca e, em breve, na área ortopédica.

4.
Em relação a uma cirurgia convencional de vesícula, em quantos por cento a cirurgia robótica é mais cara?
A cirurgia robótica é indicada para casos mais complexos, como hérnia de hiato volumosa, tumores do aparelho digestivo, endometriose profunda com acometimento do reto, tumores pancreáticos, entre outros. Nestes casos, o beneficio da cirurgia robótica é a alta mais precoce em alguns pacientes do que na cirurgia convencional, muitas vezes se aproximando no custo final de uma internação com cirurgia convencional, por reduzir o tempo do paciente na UTI e o tempo de internação hospitalar.

5.
Pode estimar quantos pacientes já foram operados através da cirurgia robótica no Brasil?
Não existe uma estimativa sobre o assunto, mas acredito que cerca de 600 cirurgias robóticas já foram realizadas no país.

                     
6. A cirurgia robótica já pode ser realizada pelo sistema único de saúde (SUS)?
A cirurgia robótica ainda não esta disponível na rede pública.

7.
Em sua opinião, o que falta para esta técnica estar disponível para a população menos favorecida?
Com o avanço da tecnologia e diminuição dos custos desta técnica, acredito que o procedimento robótico estará disponível para a população menos favorecida, num prazo de dois a cinco anos.

8.
Como deve ser o treinamento de um médico para se especializar em cirurgia robótica?
Existem centros de treinamento espalhados pelo mundo, onde se pode realizar o treinamento específico e programar o início da realização de procedimentos em seres humanos. No Hospital Israelita Albert Einstein, estes procedimentos são realizados com a orientação de um proctor nos cinco primeiros casos.

9.
No Brasil, os sistemas robóticos são produzidos em qual país?
Os robôs empregados nas técnicas cirúrgicas no Brasil são de origem norte-americana. No Hospital Israelita Albert Einstein utilizamos o sistema robótico Da Vinci™, que apresenta três ou quarto braços, sua câmera é controlada por um pedal e a ótica possui duas fontes de imagem, o permite ao cirurgião a construção de uma imagem tridimensional.

10. O país tem condições de criar o seu próprio sistema robótico?
No curto prazo dificilmente terá condições. Mas, pela qualidade dos profissionais tecnólogos envolvidos na criação de aplicativos para o avanço do uso do sistema robótico, espero que num futuro bem próximo isso seja possível também.
             

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